Soneto
E o mar gemeu a funda melopéia
À luz feral que a tarde morta instila,
Triste como um soluço de Dalila,
Fria como um crepúsculo da Judéia.
Já Vésper, no Alto, e lânguida, cintila!
Naquela hora morria para a Idéia
A minha branca e desgraçada Déa,
Qual rosa branca que ao tufão vacila.
E o mar chamou-a para o funda abismo!
E o céu chamou-a para o Misticismo.
Nesse momento a Lua vinha calma
E céu e mar num desespero mudo
Não viram que num halo de veludo
À alma de Déa se evolava est’alma.