Festa no paço! Noite… E no entretanto
Luzes; flores, clarões por toda a festa
E há nos régios salões, em cada aresta,
Credências d’ouro de supremo encanto.

No baldaquino a orquestra real se apresta
E o áureo dossel finge um relevo santo…
– Bissos egípcios d’alto gosto, a um canto,
Flordilisados de nelumbo e giesta.

Morreu a noite e veio o Sol Eterno
– Âmbar de sangue que desceu do Inferno
No turbilhão dos alvos raios diurnos…

Brilham no paço refulgências de elmo
E a princesa assomou corno um santelmo
Na realeza branca dos coturnos.